Orgulho LGBTQIAP+

     A luta por igualdade de direitos é uma constante para as minorias sociais, termo que se refere a grupos de pessoas que passaram historicamente e sistematicamente por um processo de exclusão quanto a garantia de direitos básicos. Geralmente, são grupos de pessoas que não ocupam o lugar hegemonicamente estabelecido pela sociedade quanto à raça, gênero, sexualidade, aparência física, etc. Neste sentido, a sociedade estruturada historicamente com bases patriarcais e heteronormativas, favorecem o processo de exclusão, estigmatização, discriminação e vulnerabilidade social de pessoas cuja identidade de gênero e orientação sexual ultrapassam a normativa hegemônica.

     Junho é o mês internacional do Orgulho LGBTQIAP+ – sigla que singelamente representa a pluralidade de vivências, sentimentos, personalidades, formas de se relacionar consigo e com o outro e maneiras de estar no mundo. A data de 28 de junho é comemorada internacionalmente, pois teve origem nos EUA em protesto à violência sofrida por esta população na década de 60, protesto este que repercutiu mundialmente originando lutas que culminaram em tratados e acordos globais envolvendo inclusive a Organização das Nações Unidas. Assim, mais do que uma sigla busca representar pessoas, o movimento LGBTQIAP+ também é uma ação política em constante resistência.

     No Brasil, ações em saúde na década de 1980 e 90 foram muito pautadas no enfrentamento a AIDS – uma condição de saúde que gerou e ainda gera estigmas sociais sobre a população LGBTQIAP+. E a partir disso, outras ações e programas em saúde foram desenvolvidos com o objetivo de reconhecer vulnerabilidades e prevenir violências. Conferências Nacionais, criação de Conselhos e de Políticas Públicas em Saúde foram essenciais ao longo destes anos de luta. Além disso, as Paradas do Orgulho LGBTQIAP+, ocorridas anualmente desde o final da década de 1990, é um marco da organização social e visibilidade para o movimento e luta pela existência.

     Embora junho seja o mês temático em comemoração a uma data extremamente relevante, é primordial que nos atentemos à luta diária pela garantia de direitos tão básicos, como por exemplo, nossas vidas serem reconhecidas como tão dignas quanto a de qualquer outra pessoa, obviamente reconhecendo nossas singularidades para que assim, haja equidade social e respeito nas relações interpessoais e institucionais.